São Gonçalo de Lagos
Padroeiro de Torres Vedras, nasceu em Lagos, no Algarve, tendo vivido entre os fins do séc. XIV e 15 de Outubro de 1422, data em que faleceu.
Foi frade da ordem de Sto. Agostinho, sendo prior no antigo convento de N. Sra. da Graça, em Torres Vedras, durante cerca de 10 anos.
Apreciado orador e conhecido como de homem de virtudes, a sua fama de Santo espalhou-se rápidamente após a sua morte, começando o povo a celebrar essa data.
A esses festejos e a visitar a sepultura de S. Gonçalo, vinha gente dos mais diferentes pontos do país, em especial do Algarve.
Por volta de 1492 a nobreza da vila instituiu uma confraria para celebrar anualmente a festa com grande solenidade, criando a Camara uma grande feira franca.
Nesse ano, à custa desta confraria, foi efectuada a trasladação das ossadas do Santo ( a 1ª), que estavam no presbitério, para um arco, ao lado da capela do convento.
Em 26 de Setembro de 1495, D. João II escreveu uma carta à Camara de Torres Vedras elogiando a então vila, chamando-lhe povo abençoado, pela gloria de possuir os ossos do Santo.
Esta carta terá provocado a resolução do Senado Municipal, de 13 de Outubro de 1495, de eleger o Santo como padroeiro e defensor de Torres Vedras.
Nesse mesmo ano o municipio começou a custear as festas.
Ainda do Algarve, D. João II pediu o envio de uma reliquia do Santo para Lagos, sendo a mesma (um osso do antebraço) levada em procissão.
A 5 de Agosto de 1559, em virtude do estado de ruina do antigo convento, foi efectuada uma 2ª trasladação do Santo para o novo convento de N. Sra. da Graça.
Esta 2ª trasladação foi provavelmente a mais solene, tendo-se realizado grandes festas para o efeito, que século e meio depois foram relembradas nos azulejos do convento da Graça que retratam a vida de S. Gonçalo.
A 18 de Outubro de 1580, estando concluida a igreja do novo convento, foram novamente as reliquias do Santo trasladadas para um nicho situado no topo cruzeiro do templo, ao pé do altar do Santo Crucifico.
Na mesma ocasião foi também trasladada a pedra sepulcral, com a estátua do Santo, que ainde se conservava nas ruinas do antigo convento. Esta pedra tinha uma curiosa particularidade que era a de possuir um buraco redondo por onde os devotos metiam os braços para retirar um pouco da terra da sepultura.
Durante o periodo Filipino, a perca da nacionalidade e a peste, com a consequente redução da população, levaram à extinção da confraria do Santo.
Em 17 de Dezembro de 1640, após a restauração da nacionalidade, o prior do convento da Graça determina a 4ª trasladação do cofre com as reliquias de S. Gonçalo, para um nicho metido num arco na parede da capela-mór, do lado da Epistola, no qual foram colocadas grades de ferro bem como umas cortinas.
Por baixo foi colocado um letreiro em azulejo e abaixo deste a primitiva pedra tumular que continha a estátua jazente, formando todo o conjunto uma pequena capela.
Em 1759, a ordem de Sto. Agostinho pediu à Santa Sé a canonização de S. Gonçalo, pelo que, a 3 de Janeiro de 1760, efectuou-se, na antiga ermida de Sant'Ana, uma reunião de juizes delegados eclesiasticos, presidida pelo arcebispo de Lacedemonia.
A 15 de Novembro de 1784 realiza-se a 5ª trasladação das reliquias do Santo, agora para um altar próprio, na entrada, do lado esquerdo da igreja.
Em cumprimento de uma promessa ou acção de graças pela cura de uma chaga numa perna do princepe D. Pedro (mais tarde D. Pedro III), filho de Dª Maria I, foi efectuada esta trasladação.
Nesta cerimónia procedeu-se à abertura do antigo cofre que tinha 3 chaves, trasladando-se as reliquias para um outro cofre quadrilongo, de brocado de ouro com assento azul ferrete, forrado por dentro de lhama de prata, com galões de ouro fino e metido numa urna de madeira de forma piramidal, toda prateada no assento e dourada na talha, tendo a referida urna uma só chave e o cofre interior três chaves. Destas ficaram uma em poder do representante do cardeal patriarca, outra em poder da Camara e a terceira foi entregue ao prior do convento da Graça.
A 12 de Janeiro de 1845 foi efectuada uma cerimonia para se retirar do cofre uma das reliquias de S. Gonçalo (um osso), que foi enviada para o Santuario Pontificio de Roma, onde não existia nenhuma reliquia do Santo.
Foi feita uma procissão pelas ruas de Torres Vedras com o cofre das reliquias, voltando as mesmas para o seu altar. Foram então entregues as 3 chaves do cofre ao prior de S. Miguel, ao vigário da vara e ao presidente da Camara Municipal.
O nicho gradeado construido na capela-mór manteve-se durante perto de cem anos após a ultima trasladação, até que, nos finais do séc. XIX, foi o mesmo arrasado, alisando-se a parede e perdendo-se os azulejos e a pedra tumular.
A pedra sepulcral do santo, para além da imagem esculpida, continha a seguinte inscrição: "Esta sepultura hé do Bemaventurado Fr. Gonçalo de Lagos, feita no anno de 1518".
As festas do Santo faziam-se inicialmente a 15 de Outubro (data do aniversario da sua morte), passando-se a realizar, a partir do séc. XIX, a 15 ou a 16 de Novembro, data da ultima trasladação. Em 1828, foram gastos nas festas 16$845 réis.
Foi frade da ordem de Sto. Agostinho, sendo prior no antigo convento de N. Sra. da Graça, em Torres Vedras, durante cerca de 10 anos.
Apreciado orador e conhecido como de homem de virtudes, a sua fama de Santo espalhou-se rápidamente após a sua morte, começando o povo a celebrar essa data.
A esses festejos e a visitar a sepultura de S. Gonçalo, vinha gente dos mais diferentes pontos do país, em especial do Algarve.
Por volta de 1492 a nobreza da vila instituiu uma confraria para celebrar anualmente a festa com grande solenidade, criando a Camara uma grande feira franca.
Nesse ano, à custa desta confraria, foi efectuada a trasladação das ossadas do Santo ( a 1ª), que estavam no presbitério, para um arco, ao lado da capela do convento.
Em 26 de Setembro de 1495, D. João II escreveu uma carta à Camara de Torres Vedras elogiando a então vila, chamando-lhe povo abençoado, pela gloria de possuir os ossos do Santo.
Esta carta terá provocado a resolução do Senado Municipal, de 13 de Outubro de 1495, de eleger o Santo como padroeiro e defensor de Torres Vedras.
Nesse mesmo ano o municipio começou a custear as festas.
Ainda do Algarve, D. João II pediu o envio de uma reliquia do Santo para Lagos, sendo a mesma (um osso do antebraço) levada em procissão.
A 5 de Agosto de 1559, em virtude do estado de ruina do antigo convento, foi efectuada uma 2ª trasladação do Santo para o novo convento de N. Sra. da Graça.
Esta 2ª trasladação foi provavelmente a mais solene, tendo-se realizado grandes festas para o efeito, que século e meio depois foram relembradas nos azulejos do convento da Graça que retratam a vida de S. Gonçalo.
A 18 de Outubro de 1580, estando concluida a igreja do novo convento, foram novamente as reliquias do Santo trasladadas para um nicho situado no topo cruzeiro do templo, ao pé do altar do Santo Crucifico.
Na mesma ocasião foi também trasladada a pedra sepulcral, com a estátua do Santo, que ainde se conservava nas ruinas do antigo convento. Esta pedra tinha uma curiosa particularidade que era a de possuir um buraco redondo por onde os devotos metiam os braços para retirar um pouco da terra da sepultura.
Durante o periodo Filipino, a perca da nacionalidade e a peste, com a consequente redução da população, levaram à extinção da confraria do Santo.
Em 17 de Dezembro de 1640, após a restauração da nacionalidade, o prior do convento da Graça determina a 4ª trasladação do cofre com as reliquias de S. Gonçalo, para um nicho metido num arco na parede da capela-mór, do lado da Epistola, no qual foram colocadas grades de ferro bem como umas cortinas.
Por baixo foi colocado um letreiro em azulejo e abaixo deste a primitiva pedra tumular que continha a estátua jazente, formando todo o conjunto uma pequena capela.
Em 1759, a ordem de Sto. Agostinho pediu à Santa Sé a canonização de S. Gonçalo, pelo que, a 3 de Janeiro de 1760, efectuou-se, na antiga ermida de Sant'Ana, uma reunião de juizes delegados eclesiasticos, presidida pelo arcebispo de Lacedemonia.
A 15 de Novembro de 1784 realiza-se a 5ª trasladação das reliquias do Santo, agora para um altar próprio, na entrada, do lado esquerdo da igreja.
Em cumprimento de uma promessa ou acção de graças pela cura de uma chaga numa perna do princepe D. Pedro (mais tarde D. Pedro III), filho de Dª Maria I, foi efectuada esta trasladação.
Nesta cerimónia procedeu-se à abertura do antigo cofre que tinha 3 chaves, trasladando-se as reliquias para um outro cofre quadrilongo, de brocado de ouro com assento azul ferrete, forrado por dentro de lhama de prata, com galões de ouro fino e metido numa urna de madeira de forma piramidal, toda prateada no assento e dourada na talha, tendo a referida urna uma só chave e o cofre interior três chaves. Destas ficaram uma em poder do representante do cardeal patriarca, outra em poder da Camara e a terceira foi entregue ao prior do convento da Graça.
A 12 de Janeiro de 1845 foi efectuada uma cerimonia para se retirar do cofre uma das reliquias de S. Gonçalo (um osso), que foi enviada para o Santuario Pontificio de Roma, onde não existia nenhuma reliquia do Santo.
Foi feita uma procissão pelas ruas de Torres Vedras com o cofre das reliquias, voltando as mesmas para o seu altar. Foram então entregues as 3 chaves do cofre ao prior de S. Miguel, ao vigário da vara e ao presidente da Camara Municipal.
O nicho gradeado construido na capela-mór manteve-se durante perto de cem anos após a ultima trasladação, até que, nos finais do séc. XIX, foi o mesmo arrasado, alisando-se a parede e perdendo-se os azulejos e a pedra tumular.
A pedra sepulcral do santo, para além da imagem esculpida, continha a seguinte inscrição: "Esta sepultura hé do Bemaventurado Fr. Gonçalo de Lagos, feita no anno de 1518".
As festas do Santo faziam-se inicialmente a 15 de Outubro (data do aniversario da sua morte), passando-se a realizar, a partir do séc. XIX, a 15 ou a 16 de Novembro, data da ultima trasladação. Em 1828, foram gastos nas festas 16$845 réis.