OS DOIS ACONTECIMENTOS DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
O CRISTÃO É UM SOLDADO DE CRISTO
A história da humanidade é chamada pelos crentes e cristãos, História da Salvação, porque a história não é feita só pelos homens, mas também por Deus, que é o interveniente principal no sentido da salvação da humanidade.
A Salvação, citando o Papa João Paulo II, é a “vitória do bem sobre o mal,” vitória essa que será total quando o fiel estiver no Céu. É certo que em união com N. S. J. Cristo, curados e renovados pela sua graça, poderemos desde já vencer muitos males, mas nunca todos. Jesus é crucificado e ressuscitado. Estes dois mistérios são inseparáveis na pessoa de Jesus e evidentemente também em cada pessoa humana. Cada homem, portanto, possui em si mesmo “Cristo Crucificado e Cristo Ressuscitado”.
A História da Salvação possui dois pilares sobre os quais assenta, e a partir dos quais se explica tudo o que acontece no universo, quer o bem, quer o mal:
Expliquemos, pois, estes dois acontecimentos:
1. A palavra “Criação” significa que Deus fez do nada todas as coisas. “A profissão de fé do 4º Concílio de Latrão afirma que Deus, «desde o princípio do tempo, criou do nada ao mesmo tempo uma e outra criatura, a espiritual e a corporal, isto é, os anjos e o mundo terrestre. Depois criou a criatura humana, que participa das duas primeiras, formada, como é, de espírito e corpo»” (Catecismo Ig. Cat., 327).
Todos nós temos experiência de que a nossa vida sobre a terra é cheia de dificuldades e misérias: a) Males físicos: doenças de toda a espécie, deformações congénitas, acidentes…; b) males espirituais: angústias, tristezas, irritações, impaciência, desorientação e crises de sentido da vida, insucessos, ódios, desavenças, rancores, desespero, descrença, etc… c) Males Morais: como por exemplo: violência, roubo, impureza, prostituição, fraudes, rupturas familiares, insucesso no trabalho, guerra, fome, pobreza …
Por outro lado, sabemos que Deus é puríssimo e perfeitíssimo. E quando criou o ser humano, homem e mulher, “à Sua imagem e semelhança”, viu que “tudo era muito bom” (cf. Gen 1, 26-31). Se Deus Pai todo-poderoso, Criador do mundo ordenado e bom, tem cuidado com todas as suas criaturas, porque é que o mal existe? (cf. CIC, 309). A esta questão tão importante, como misteriosa, não podemos dar uma resposta rápida e satisfatória, pois é o conjunto da fé cristã na Revelação Divina, contida na Bíblia, na Sagrada Tradição e no Magistério da Igreja que nos dará a resposta a esta questão:
A Bíblia revela-nos que Deus Nosso Senhor não quer nenhum mal. Deus é "Vida" (Jo 14,6) e quer que tenhamos a "vida em abundância". “Deus é amor” (1Jo 4,8). O mal, quer seja moral ou comportamental, físico e espiritual, entrou no mundo devido ao orgulho e desobediência das criaturas: primeiro, de Satanás, a antiga serpente, que se revoltou e desobedeceu a Deus, juntamente com parte dos anjos (Ap 12, 7-9), e como explica o Catecismo da Igreja Católica (CIC n°.391 a 392); depois, dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, que tentados por Satanás, desobedeceram também a Deus, nosso Criador e Senhor (cfr. Gen 3, 1-13).
Mas quem é Satanás, no qual muitos não acreditam e no qual outros crêem confusa ou vagamente? Depois de Deus, ele era a criatura mais bela, mais rica de dons e de poder. Era um anjo, um ser puramente espiritual (ao contrário do homem, que tem uma alma espiritual e um corpo material), vivo, real e poderoso, que se transformou de anjo que era, no mais horrível monstro de fealdade e de perfídia, com uma sede inextinguível de mal e de ódio. Ele é o mal, porque identifica-se com o mal. Recusou Deus por orgulho, para ser o dominador e o senhor do Reino das Trevas.
Este anjo rebelde é aquele que determinou, por um acto da sua vontade, a sua perdição eterna e a das tropas angélicas que acreditaram nele e o seguiram. Ele determinou também, pela manha e pela mentira, a perdição da humanidade, estendendo emboscadas aos nossos primeiros pais, levando-os, pela mentira, à rebelião contra Deus, fazendo-os repetir o seu próprio pecado. Ele está confirmado no seu pecado e é por isso que sabe que não pode haver para ele, nem agora nem nunca, a possibilidade de mudar a sua sorte de ódio desesperado.
Este inimigo é o mal em contínuo movimento, sem tréguas, mesmo por um instante; é mentira e obscuridade; Satanás é, na medida em que o pode ser uma pequena criatura aos olhos do Infinito, o oposto de Deus. Deus é Luz, Amor, Justiça e Verdade; Satanás é o oposto de tudo isto. Ele é o inimigo declarado de Deus, e em particular de Cristo, o Verbo feito Carne e da Sua Igreja; quer a destruição de um e de outro. Está obcecado neste louco e maligno desejo, de modo que nem por um instante renuncia a persegui-lo com todas as suas forças.
Este conhecimento do Maligno é o pressuposto substancial de qualquer Pastoral da Igreja. Mais ainda, uma vida verdadeiramente cristã é absolutamente inconcebível sem uma visão viva e precisa desta realidade de base.
A “Antiga Serpente” é também o inimigo por excelência da Virgem Santíssima. Mas ela é a Rainha do Céu e da Terra e recebeu o poder para o vencer. “Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta esmargar-te-á a cabeça, ao tentares mordê-la no calcanhar”(Gen 3,15) . “Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará” (disse Nossa Senhora aqui em Fátima)… Ai do cristão, pois, que não tem uma devoção forte e esclarecida à Mãe de Jesus e nossa mãe, ou que não crê nestas realidades, ou então que acredita apenas confusamente.
Foi, portanto, desde o início da criação que se iniciou uma luta, que só terá o seu desfecho na Segunda vinda de Cristo, no fim do Mundo.
Toda a Escritura encara a vida humana como uma luta, uma milícia e uma prova. CADA CRISTÃO É UM SOLDADO DE CRISTO. Jesus enviou os apóstolos, advertindo-os: “envio-vos como cordeiros para o meio de lobos”. S. Paulo declara com toda a clareza que “não é contra adversários de carne e sangue que temos que lutar, mas contra os principados, contra as Potestades, contra as Dominações deste mundo de trevas, contra os espíritos malignos (demónios) espalhados pelos ares” (Ef 6,12). Temos o exemplo dos combates de Tantos santos: “S. Bento, S. Agostinho, S. Francisco de Assis, S. Pe. Pio de Pietrelcina…). O Concílio Vat. II , por sua vez, lembrou fortemente os ensinamentos contidos na Revelação divina e na Igreja: “Toda a história humana é marcada por uma luta tremenda contra o poder das trevas, uma luta começada desde a origem do Mundo” (Gaudium et Spes, 37). S. Cirilo de Jerusalém (séc. IV) exortava os catecúmenos: “Tens muitos inimigos… Toma muitas armas. Lutas contra muitos… É preciso aprender o modo de vencer…É preciso exercitar-se para travares o combate do Senhor…”(pg 471, n10).
O papa Paulo VI ensinou na Praça de S. Pedro: “O cristão deve ser militante (um soldado), vigilante e forte. Deve mesmo praticar uma ascese especial para afastar certos ataques do demónio” (Vaticano, 15/11/1972). Muitos discursos de João P. II são eloquentes, destaco uma passagem que disse em 24 de Maio de 1987, durante uma visita ao Santuário de S. Miguel Arcanjo, em Itália: “Esta LUTA contra o demónio que trava o Arcanjo S. Miguel é actual ainda hoje, porque o demónio ainda está vivo e operante no mundo. Na verdade, o mal que existe, a desordem que reina na sociedade, a incoerência do homem, a divisão interior da qual o homem é vítima, não são só a consequência do Pecado Original, mas também efeito da acção devastadora e obscura de Satanás.” (Um Exorcista Conta-nos, pg. 37)
Não esqueçamos, portanto, que cada cristão é um soldado e que a vida é uma luta, um combate, uma prova de fidelidade a Deus. Está em jogo a nossa salvação eterna. Mas tenhamos confiança. Deus é Criador e os demónios criaturas. Os anjos bons são mais numerosos do que os anjos rebeldes. E Deus não permite nenhuma tentação acima das nossas forças. S. Pedro diz-nos que “o Diabo, nosso adversário, é como um Leão que ruge pronto a devorar-nos. Resisti-lhe firmes na fé.”(1Ped 5, 8). Portanto, somos mordidos se nos expusermos voluntariamente às suas mordeduras, através do pecado grave. Cada pessoa é objecto dum amor infinito da parte de Deus e objecto dum ódio ilimitado por parte do inimigo e de todos os demónios. E não é o facto de alguém não acreditar que vai fazer com o maligno não actue.
Desde o pecado de Satanás e de parte dos anjos, por conseguinte, surgem dois reinos: o de Deus e o do Diabo, o da Luz e o das Trevas. A Sagrada Escritura fala do Reino de Deus e do Reino de Satanás; fala do poder de Deus, único criador e Senhor do Universo, mas também fala do poder das trevas; fala dos filhos de Deus e dos filhos do Maligno (cf. Mt 13, 36-43 – explicação da Parábola da Semente);. Como criaturas livres temos de fazer opções. Jesus, de facto, diz claramente no Evangelho: Não se pode servir ao mesmo tempo dois senhores que têm interesses e objectivos opostos (Mt 7, 24). É preciso escolher: ou Deus ou o maligno! A alma humana, não digo todos os dias, mas a cada momento, está em condições de fazer a escolha. Ou se pensa numa coisa boa ou se pensa numa má. Ou se faz uma boa acção, ou se pratica uma má acção.
Depois de termos reflectido sobre a queda de parte dos anjos, falemos das consequências do pecado original.
Deus é ordem e criou tudo com ordem. Com o pecado original de Adão e Eva, o primeiro homem e a primeira mulher a serem criados, ocorreu uma incrível desordem na humanidade, uma vez que esta se separou de Deus para sempre e o "homem depende do Criador e está sujeito às leis da criação e às normas morais que regulam o exercício da liberdade" (CIC n°396). De facto, criado à imagem e semelhança de Deus, o homem só é feliz se viver na Sua amizade (ver Gen 1,26). Neste pecado, portanto, o homem opta por si próprio e despreza Deus, agindo então contra as exigências da sua condição de criatura e, daí, contra o seu próprio bem.
Todas as consequências desse acto só Deus as pode calcular com exactidão. Mas os primeiros homens e toda a humanidade logo sentiram as suas consequências: o homem, que era santo, tornou-se pecador; imortal tornou-se mortal; filho de Deus, ao perder a vida divina da graça, tornou-se filho do maligno; era livre tornou-se escravo do pecado, da morte e dos anjos malignos ou demónios; era saudável tornou-se doente; forte tornou-se fraco; sábio tornou-se ignorante...
Mas Deus não abandonou os homens, seus filhos.
A Salvação, citando o Papa João Paulo II, é a “vitória do bem sobre o mal,” vitória essa que será total quando o fiel estiver no Céu. É certo que em união com N. S. J. Cristo, curados e renovados pela sua graça, poderemos desde já vencer muitos males, mas nunca todos. Jesus é crucificado e ressuscitado. Estes dois mistérios são inseparáveis na pessoa de Jesus e evidentemente também em cada pessoa humana. Cada homem, portanto, possui em si mesmo “Cristo Crucificado e Cristo Ressuscitado”.
A História da Salvação possui dois pilares sobre os quais assenta, e a partir dos quais se explica tudo o que acontece no universo, quer o bem, quer o mal:
- A criação das criaturas visíveis e invisíveis e a queda de parte dos anjos e de toda a humanidade em Adão e Eva.
- A Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Redentor e Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, e o nascimento do Novo Povo de Deus, a Santa Igreja.
Expliquemos, pois, estes dois acontecimentos:
1. A palavra “Criação” significa que Deus fez do nada todas as coisas. “A profissão de fé do 4º Concílio de Latrão afirma que Deus, «desde o princípio do tempo, criou do nada ao mesmo tempo uma e outra criatura, a espiritual e a corporal, isto é, os anjos e o mundo terrestre. Depois criou a criatura humana, que participa das duas primeiras, formada, como é, de espírito e corpo»” (Catecismo Ig. Cat., 327).
Todos nós temos experiência de que a nossa vida sobre a terra é cheia de dificuldades e misérias: a) Males físicos: doenças de toda a espécie, deformações congénitas, acidentes…; b) males espirituais: angústias, tristezas, irritações, impaciência, desorientação e crises de sentido da vida, insucessos, ódios, desavenças, rancores, desespero, descrença, etc… c) Males Morais: como por exemplo: violência, roubo, impureza, prostituição, fraudes, rupturas familiares, insucesso no trabalho, guerra, fome, pobreza …
Por outro lado, sabemos que Deus é puríssimo e perfeitíssimo. E quando criou o ser humano, homem e mulher, “à Sua imagem e semelhança”, viu que “tudo era muito bom” (cf. Gen 1, 26-31). Se Deus Pai todo-poderoso, Criador do mundo ordenado e bom, tem cuidado com todas as suas criaturas, porque é que o mal existe? (cf. CIC, 309). A esta questão tão importante, como misteriosa, não podemos dar uma resposta rápida e satisfatória, pois é o conjunto da fé cristã na Revelação Divina, contida na Bíblia, na Sagrada Tradição e no Magistério da Igreja que nos dará a resposta a esta questão:
A Bíblia revela-nos que Deus Nosso Senhor não quer nenhum mal. Deus é "Vida" (Jo 14,6) e quer que tenhamos a "vida em abundância". “Deus é amor” (1Jo 4,8). O mal, quer seja moral ou comportamental, físico e espiritual, entrou no mundo devido ao orgulho e desobediência das criaturas: primeiro, de Satanás, a antiga serpente, que se revoltou e desobedeceu a Deus, juntamente com parte dos anjos (Ap 12, 7-9), e como explica o Catecismo da Igreja Católica (CIC n°.391 a 392); depois, dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, que tentados por Satanás, desobedeceram também a Deus, nosso Criador e Senhor (cfr. Gen 3, 1-13).
Mas quem é Satanás, no qual muitos não acreditam e no qual outros crêem confusa ou vagamente? Depois de Deus, ele era a criatura mais bela, mais rica de dons e de poder. Era um anjo, um ser puramente espiritual (ao contrário do homem, que tem uma alma espiritual e um corpo material), vivo, real e poderoso, que se transformou de anjo que era, no mais horrível monstro de fealdade e de perfídia, com uma sede inextinguível de mal e de ódio. Ele é o mal, porque identifica-se com o mal. Recusou Deus por orgulho, para ser o dominador e o senhor do Reino das Trevas.
Este anjo rebelde é aquele que determinou, por um acto da sua vontade, a sua perdição eterna e a das tropas angélicas que acreditaram nele e o seguiram. Ele determinou também, pela manha e pela mentira, a perdição da humanidade, estendendo emboscadas aos nossos primeiros pais, levando-os, pela mentira, à rebelião contra Deus, fazendo-os repetir o seu próprio pecado. Ele está confirmado no seu pecado e é por isso que sabe que não pode haver para ele, nem agora nem nunca, a possibilidade de mudar a sua sorte de ódio desesperado.
Este inimigo é o mal em contínuo movimento, sem tréguas, mesmo por um instante; é mentira e obscuridade; Satanás é, na medida em que o pode ser uma pequena criatura aos olhos do Infinito, o oposto de Deus. Deus é Luz, Amor, Justiça e Verdade; Satanás é o oposto de tudo isto. Ele é o inimigo declarado de Deus, e em particular de Cristo, o Verbo feito Carne e da Sua Igreja; quer a destruição de um e de outro. Está obcecado neste louco e maligno desejo, de modo que nem por um instante renuncia a persegui-lo com todas as suas forças.
Este conhecimento do Maligno é o pressuposto substancial de qualquer Pastoral da Igreja. Mais ainda, uma vida verdadeiramente cristã é absolutamente inconcebível sem uma visão viva e precisa desta realidade de base.
A “Antiga Serpente” é também o inimigo por excelência da Virgem Santíssima. Mas ela é a Rainha do Céu e da Terra e recebeu o poder para o vencer. “Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta esmargar-te-á a cabeça, ao tentares mordê-la no calcanhar”(Gen 3,15) . “Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará” (disse Nossa Senhora aqui em Fátima)… Ai do cristão, pois, que não tem uma devoção forte e esclarecida à Mãe de Jesus e nossa mãe, ou que não crê nestas realidades, ou então que acredita apenas confusamente.
Foi, portanto, desde o início da criação que se iniciou uma luta, que só terá o seu desfecho na Segunda vinda de Cristo, no fim do Mundo.
Toda a Escritura encara a vida humana como uma luta, uma milícia e uma prova. CADA CRISTÃO É UM SOLDADO DE CRISTO. Jesus enviou os apóstolos, advertindo-os: “envio-vos como cordeiros para o meio de lobos”. S. Paulo declara com toda a clareza que “não é contra adversários de carne e sangue que temos que lutar, mas contra os principados, contra as Potestades, contra as Dominações deste mundo de trevas, contra os espíritos malignos (demónios) espalhados pelos ares” (Ef 6,12). Temos o exemplo dos combates de Tantos santos: “S. Bento, S. Agostinho, S. Francisco de Assis, S. Pe. Pio de Pietrelcina…). O Concílio Vat. II , por sua vez, lembrou fortemente os ensinamentos contidos na Revelação divina e na Igreja: “Toda a história humana é marcada por uma luta tremenda contra o poder das trevas, uma luta começada desde a origem do Mundo” (Gaudium et Spes, 37). S. Cirilo de Jerusalém (séc. IV) exortava os catecúmenos: “Tens muitos inimigos… Toma muitas armas. Lutas contra muitos… É preciso aprender o modo de vencer…É preciso exercitar-se para travares o combate do Senhor…”(pg 471, n10).
O papa Paulo VI ensinou na Praça de S. Pedro: “O cristão deve ser militante (um soldado), vigilante e forte. Deve mesmo praticar uma ascese especial para afastar certos ataques do demónio” (Vaticano, 15/11/1972). Muitos discursos de João P. II são eloquentes, destaco uma passagem que disse em 24 de Maio de 1987, durante uma visita ao Santuário de S. Miguel Arcanjo, em Itália: “Esta LUTA contra o demónio que trava o Arcanjo S. Miguel é actual ainda hoje, porque o demónio ainda está vivo e operante no mundo. Na verdade, o mal que existe, a desordem que reina na sociedade, a incoerência do homem, a divisão interior da qual o homem é vítima, não são só a consequência do Pecado Original, mas também efeito da acção devastadora e obscura de Satanás.” (Um Exorcista Conta-nos, pg. 37)
Não esqueçamos, portanto, que cada cristão é um soldado e que a vida é uma luta, um combate, uma prova de fidelidade a Deus. Está em jogo a nossa salvação eterna. Mas tenhamos confiança. Deus é Criador e os demónios criaturas. Os anjos bons são mais numerosos do que os anjos rebeldes. E Deus não permite nenhuma tentação acima das nossas forças. S. Pedro diz-nos que “o Diabo, nosso adversário, é como um Leão que ruge pronto a devorar-nos. Resisti-lhe firmes na fé.”(1Ped 5, 8). Portanto, somos mordidos se nos expusermos voluntariamente às suas mordeduras, através do pecado grave. Cada pessoa é objecto dum amor infinito da parte de Deus e objecto dum ódio ilimitado por parte do inimigo e de todos os demónios. E não é o facto de alguém não acreditar que vai fazer com o maligno não actue.
Desde o pecado de Satanás e de parte dos anjos, por conseguinte, surgem dois reinos: o de Deus e o do Diabo, o da Luz e o das Trevas. A Sagrada Escritura fala do Reino de Deus e do Reino de Satanás; fala do poder de Deus, único criador e Senhor do Universo, mas também fala do poder das trevas; fala dos filhos de Deus e dos filhos do Maligno (cf. Mt 13, 36-43 – explicação da Parábola da Semente);. Como criaturas livres temos de fazer opções. Jesus, de facto, diz claramente no Evangelho: Não se pode servir ao mesmo tempo dois senhores que têm interesses e objectivos opostos (Mt 7, 24). É preciso escolher: ou Deus ou o maligno! A alma humana, não digo todos os dias, mas a cada momento, está em condições de fazer a escolha. Ou se pensa numa coisa boa ou se pensa numa má. Ou se faz uma boa acção, ou se pratica uma má acção.
Depois de termos reflectido sobre a queda de parte dos anjos, falemos das consequências do pecado original.
Deus é ordem e criou tudo com ordem. Com o pecado original de Adão e Eva, o primeiro homem e a primeira mulher a serem criados, ocorreu uma incrível desordem na humanidade, uma vez que esta se separou de Deus para sempre e o "homem depende do Criador e está sujeito às leis da criação e às normas morais que regulam o exercício da liberdade" (CIC n°396). De facto, criado à imagem e semelhança de Deus, o homem só é feliz se viver na Sua amizade (ver Gen 1,26). Neste pecado, portanto, o homem opta por si próprio e despreza Deus, agindo então contra as exigências da sua condição de criatura e, daí, contra o seu próprio bem.
Todas as consequências desse acto só Deus as pode calcular com exactidão. Mas os primeiros homens e toda a humanidade logo sentiram as suas consequências: o homem, que era santo, tornou-se pecador; imortal tornou-se mortal; filho de Deus, ao perder a vida divina da graça, tornou-se filho do maligno; era livre tornou-se escravo do pecado, da morte e dos anjos malignos ou demónios; era saudável tornou-se doente; forte tornou-se fraco; sábio tornou-se ignorante...
Mas Deus não abandonou os homens, seus filhos.
As alianças de Deus
Apesar do drama do pecado, “o amor paciente de Deus vem ao encontro dos homens pelas suas alianças”(CIC, 309), sendo a mais importante a que seria selada pelo sangue de Jesus na Cruz: “Estabelecerei com eles uma aliança eterna e nunca mais deixarei de lhes fazer bem. E infundirei o meu temor no seu coração, para que não voltem a afastar-se de Mim”(Jeremias, 32,40).
Sendo o mal, o resultado da desobediência à Lei de Deus, a única solução é mudar de comportamento e passar a fazer o bem. Por isso, no Antigo Testamento, Deus dá-nos a sua Lei, os Dez Mandamentos, como fundamento da Sua Aliança com os homens, que contêm uma promessa para aqueles que os cumprirem: Terão uma vida longa e feliz (cf. Deut 5,33).
Portanto, os Mandamentos dirigem-se ao bem integral da pessoa nas suas várias vertentes: dirigem-se ao seu comportamento, à felicidade, à santidade e à vida e saúde do corpo. Os Dez Mandamentos pertencem ao DIREITO NATURAL, ou seja, são exigências da nossa própria natureza. Quem não os cumpre envereda pela sua auto-destruição. Por isso, no Antigo Testamento, os profetas não cessavam de exortar o povo a cumprir a Lei, e a converter-se dos maus caminhos, quando este não A cumpria.
Infelizmente, no nosso mundo, vemos como as legislações não têm em conta o direito natural, e por isso legalizam-se crimes de toda a espécie e fazem-se leis contraditórias: fumar é crime, mas drogar-se é doença…legaliza-se o crime do aborto, a eutanásia; retira-se a religião nas escolas e instituições públicas, etc…).
Mas para ter um bom comportamento não basta saber a Lei é preciso ter a força interior e um coração bom, curado e renovado para A cumprir. Ora, o Povo de Deus estava escravo pelo maligno e ferido de morte pelo pecado original. Por isso, era necessário que Deus enviasse um Redentor (que libertasse, curasse e resgatasse), já profetizado pelos profetas, e que infundisse o Seu espírito nos homens, conforme anunciou o Profeta Ezequias:
“Derramarei sobre vós água pura e ficareis limpos de todas a imundíces; purificar-vós-ei de todos os vossos deuses. Dar-vos-ei um coração novo e infundirei em vós um espírito novo; arrancarei do vosso peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Infundirei em vós o meu espírito e farei que vivais segundo os meus preceitos, que observeis e punhais em prática as minhas leis” (Ez 36, 25-27).
Ora, este plano de Deus seria realizado pelo Filho de Deus, Cristo, na “plenitude dos tempos”.
Eis-nos, agora, chegados ao segundo pilar da história da Salvação.
A Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Redentor e Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, e o nascimento do Novo Povo de Deus, a Santa Igreja.
2. A Encarnação de Cristo é o início da obra salvífica de Deus. Assim escreve S. João, referindo-se a este tremendo acontecimento no início do seu Evangelho: “E o Verbo fez-se carne (natureza humana) e habitou entre nós, e nós vimos a Sua glória, glória que lhe vem do Pai, como Filho único cheio de graça e de verdade. (…) Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus: O Filho único, que está no seio do Pai é que o deu a conhecer” (Jo 1, 14, 17 e 18).
Era preciso que o Salvador trouxesse a salvação, o perdão do pecado, a libertação, a cura, a Nova Criação, a salvação integral e a Nova Lei, que completasse a anterior. A Nova Lei resume-se no mandamento de amarmos a Deus e ao próximo e de nos amarmos como Cristo nos amou; é também uma realidade interior dada ao homem: a graça do Espírito Santo que torna possível um tal amor (Compêndio do Catecismo da Igreja, 420)
A Igreja, no Decreto Ad Gentes do Concilio Vaticano II, afirma: Para estabelecer a paz ou a comunhão com Ele (Deus) e uma sociedade fraterna entre os homens, apesar de pecadores, Deus determinou entrar de modo novo e definitivo na história dos homens, enviando o Seu Filho na nossa carne para, por Ele, arrancar os homens ao poder das trevas e de Satanás e n'Ele reconciliar o mundo consigo (AO 13).
Jesus veio para salvar, libertar e resgatar todos os homens, sem excepção: "Porque Deus amou tanto o mundo, que entregou o Seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n'Ele não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16)". Jesus, logo no início da sua vida pública, mostra também que a única solução para o mal do mundo é a conversão e a fé pelas quais se tem acesso a Deus Todo-Poderoso, com esta exortação: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho”(Mc 1,15).
Jesus revela-nos a verdadeira identidade de Deus. Salva e Cura o homem de todos os males físicos e espirituais: dá-nos a chave da felicidade: o amor; cura os doentes e expulsa os demónios, ensina-nos a obedecer sempre a Deus: “O meu alimento é fazer a vontade do Meu Pai”, mesmo quando a vontade de Deus passa pela morte. Na Sua Cruz alcança-nos o perdão dos pecados, pois expia, paga a dívida contraída pela ingratidão e pecados de toda a humanidade. A seguir, do seu coração aberto faz jorrar sangue e água, símbolos dos sacramentos do Baptismo e da Eucaristia, pelos quais se nutre, alimenta e purifica a Igreja de todos os pecados. A Igreja é, pois, o Novo Povo de Deus, nascido da Nova Eterna Aliança, selada pelo Sangue de Jesus.
Jesus levou a cabo a salvação dos homens e não há outra salvação senão a Sua, como diz S. Pedro: “Não há salvação em nenhum outro, porque não há debaixo do Céu nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (Actos, 4, 12). E o Papa João Paulo II explicita: “Cristo é o único que pode dar sentido à nossa vida. N’Ele se Encontra a paz, a serenidade, a libertação total, porque é Ele quem nos liberta da escravidão radical, origem de todas as outras, que é o pecado. Ele inspira nos nossos corações, a ânsia de autêntica liberdade, que é o fruto da Graça de Deus que cura e renova o mais íntimo da pessoa humana” (Orar, pg. 145-146).
Mas a obra redentora de Cristo continua. Por isso, “para continuar a redenção no mundo “até ao fim dos séculos”(Mt 28,20), Jesus Cristo instituiu a Sua Igreja. Os frutos da Redenção aplicam-se-nos na Igreja; a Salvação alcança-se na Igreja e pela Igreja, que não é obra humana inventada pelos homens, mas obra de Jesus Cristo, que é o seu Divino Fundador e fundamento: «Porque ninguém pode pôr outro fundamento, senão o que foi posto, isto é, Jesus Cristo» (1Cor 3,11).
Jesus, por conseguinte, depois de concluída a missão que recebeu do Pai, estando presente entre nós de modo invisível, estabeleceu que fosse pela sua Igreja que os homens estabeleceriam a união Consigo, Já que como ensina o Apóstolo: “Jesus é a cabeça e a Igreja o Seu Corpo”. Por isso, a Igreja é o Novo Povo de Deus, “o Corpo de Cristo, formado pelos baptizados que professam a mesma fé em Jesus Cristo, participam dos mesmos sacramentos e obedecem ao Papa e aos Bispos que estão em comunhão com Ele” (Manual de Doutrina católica, nº 147).
O que fez Jesus, então pela Sua Igreja? “Ao morrer na Cruz, Jesus redimiu, resgatou a Igreja com o Seu sangue, e ao ressuscitar adquiriu para ela a graça salvadora que lhe deu no dia de Pentecostes” (Manual de Doutrina católica, nº 149).
Por tudo isto, "Jesus é o único Salvador..." (Carta aos Hebreus). É o "Caminho, a Verdade e a Vida"(Jo 14,6). Veio para nos |fazer passar do Reino das Trevas para o Reino da Sua admirável Luz.
Jesus é Homem Perfeito e Filho de Deus, pelo que todos O devemos imitar na nossa vida. Jesus tem poder para vencer qualquer mal e para nos conceder a graça de nos tornarmos filhos de Deus," participantes da vida divina da graça ou do Espírito de Deus (cfr.2 Pe.1,4), e herdeiros do Céu, onde "seremos semelhantes a Deus, porque O veremos como Ele é" (1 Jo 3,2).
Para sermos salvos daquilo que nos oprime é preciso uma única tarefa: arrepender-se e acreditar na Boa Nova, no Evangelho (cfr. Mc 1,15). Arrepender-se é mudar de vida, seguir a Cristo, renunciar ao pecado e às obras do Demónio que são o pecado e a bruxaria, a superstição, a adivinhação, a astrologia, espiritismo e todas as práticas ocultas, conforme prometemos no dia do nosso Baptismo e na Profissão de Fé ou Comunhão Solene. Mas só podemos ser libertos de tudo isto, pelo sacramento da Confissão ou da Reconciliação, no qual o penitente recebe o perdão de Deus e restabelece ou fortalece a Aliança com Ele, através dos Bispos e Sacerdotes, a quem Jesus deu a missão e o poder de perdoar os pecados em Seu nome. O pecado porque separa de Deus, fonte da vida, do amor, da alegria, em suma, da santidade, é a causa de todos os males.
Caro cristão, a opção é tua, pois Deus fez-te livre. Queres ser humilde e pedir perdão ao Senhor ou queres apegar-te à tua vontade e ser orgulhoso como os anjos malignos e Adão e Eva, que desobedeceram e renunciaram ao Criador e às promessas d'Aquele que é o Bem e o Amor infinitos? Não esqueças: foste criado por Deus para viver no Seu amor, na Sua graça. Mas para viver em graça, em união com Ele, é preciso cumprir os Dez Mandamentos, que se resumem no amor a Deus e ao homem. Diz-nos o Senhor na Primeira Carta de S. João: "Aquele que observa os Seus Mandamentos permanece em Deus e Deus nele" (Jo 3, 24). "Aquele que não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor"(Jo4,8).
Escutemos o Papa João Paulo II:
Escolhe Deus, ou seja, bem, o amor, a felicidade e a vida eterna. Assim, recuperarás a paz, o amor e a alegria, nascerás de novo, que é o resultado da graça, de se ser habitado por Deus: "Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo a dá" (Jo 14,27).
Sendo o mal, o resultado da desobediência à Lei de Deus, a única solução é mudar de comportamento e passar a fazer o bem. Por isso, no Antigo Testamento, Deus dá-nos a sua Lei, os Dez Mandamentos, como fundamento da Sua Aliança com os homens, que contêm uma promessa para aqueles que os cumprirem: Terão uma vida longa e feliz (cf. Deut 5,33).
Portanto, os Mandamentos dirigem-se ao bem integral da pessoa nas suas várias vertentes: dirigem-se ao seu comportamento, à felicidade, à santidade e à vida e saúde do corpo. Os Dez Mandamentos pertencem ao DIREITO NATURAL, ou seja, são exigências da nossa própria natureza. Quem não os cumpre envereda pela sua auto-destruição. Por isso, no Antigo Testamento, os profetas não cessavam de exortar o povo a cumprir a Lei, e a converter-se dos maus caminhos, quando este não A cumpria.
Infelizmente, no nosso mundo, vemos como as legislações não têm em conta o direito natural, e por isso legalizam-se crimes de toda a espécie e fazem-se leis contraditórias: fumar é crime, mas drogar-se é doença…legaliza-se o crime do aborto, a eutanásia; retira-se a religião nas escolas e instituições públicas, etc…).
Mas para ter um bom comportamento não basta saber a Lei é preciso ter a força interior e um coração bom, curado e renovado para A cumprir. Ora, o Povo de Deus estava escravo pelo maligno e ferido de morte pelo pecado original. Por isso, era necessário que Deus enviasse um Redentor (que libertasse, curasse e resgatasse), já profetizado pelos profetas, e que infundisse o Seu espírito nos homens, conforme anunciou o Profeta Ezequias:
“Derramarei sobre vós água pura e ficareis limpos de todas a imundíces; purificar-vós-ei de todos os vossos deuses. Dar-vos-ei um coração novo e infundirei em vós um espírito novo; arrancarei do vosso peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Infundirei em vós o meu espírito e farei que vivais segundo os meus preceitos, que observeis e punhais em prática as minhas leis” (Ez 36, 25-27).
Ora, este plano de Deus seria realizado pelo Filho de Deus, Cristo, na “plenitude dos tempos”.
Eis-nos, agora, chegados ao segundo pilar da história da Salvação.
A Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Redentor e Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, e o nascimento do Novo Povo de Deus, a Santa Igreja.
2. A Encarnação de Cristo é o início da obra salvífica de Deus. Assim escreve S. João, referindo-se a este tremendo acontecimento no início do seu Evangelho: “E o Verbo fez-se carne (natureza humana) e habitou entre nós, e nós vimos a Sua glória, glória que lhe vem do Pai, como Filho único cheio de graça e de verdade. (…) Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus: O Filho único, que está no seio do Pai é que o deu a conhecer” (Jo 1, 14, 17 e 18).
Era preciso que o Salvador trouxesse a salvação, o perdão do pecado, a libertação, a cura, a Nova Criação, a salvação integral e a Nova Lei, que completasse a anterior. A Nova Lei resume-se no mandamento de amarmos a Deus e ao próximo e de nos amarmos como Cristo nos amou; é também uma realidade interior dada ao homem: a graça do Espírito Santo que torna possível um tal amor (Compêndio do Catecismo da Igreja, 420)
A Igreja, no Decreto Ad Gentes do Concilio Vaticano II, afirma: Para estabelecer a paz ou a comunhão com Ele (Deus) e uma sociedade fraterna entre os homens, apesar de pecadores, Deus determinou entrar de modo novo e definitivo na história dos homens, enviando o Seu Filho na nossa carne para, por Ele, arrancar os homens ao poder das trevas e de Satanás e n'Ele reconciliar o mundo consigo (AO 13).
Jesus veio para salvar, libertar e resgatar todos os homens, sem excepção: "Porque Deus amou tanto o mundo, que entregou o Seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n'Ele não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16)". Jesus, logo no início da sua vida pública, mostra também que a única solução para o mal do mundo é a conversão e a fé pelas quais se tem acesso a Deus Todo-Poderoso, com esta exortação: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho”(Mc 1,15).
Jesus revela-nos a verdadeira identidade de Deus. Salva e Cura o homem de todos os males físicos e espirituais: dá-nos a chave da felicidade: o amor; cura os doentes e expulsa os demónios, ensina-nos a obedecer sempre a Deus: “O meu alimento é fazer a vontade do Meu Pai”, mesmo quando a vontade de Deus passa pela morte. Na Sua Cruz alcança-nos o perdão dos pecados, pois expia, paga a dívida contraída pela ingratidão e pecados de toda a humanidade. A seguir, do seu coração aberto faz jorrar sangue e água, símbolos dos sacramentos do Baptismo e da Eucaristia, pelos quais se nutre, alimenta e purifica a Igreja de todos os pecados. A Igreja é, pois, o Novo Povo de Deus, nascido da Nova Eterna Aliança, selada pelo Sangue de Jesus.
Jesus levou a cabo a salvação dos homens e não há outra salvação senão a Sua, como diz S. Pedro: “Não há salvação em nenhum outro, porque não há debaixo do Céu nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (Actos, 4, 12). E o Papa João Paulo II explicita: “Cristo é o único que pode dar sentido à nossa vida. N’Ele se Encontra a paz, a serenidade, a libertação total, porque é Ele quem nos liberta da escravidão radical, origem de todas as outras, que é o pecado. Ele inspira nos nossos corações, a ânsia de autêntica liberdade, que é o fruto da Graça de Deus que cura e renova o mais íntimo da pessoa humana” (Orar, pg. 145-146).
Mas a obra redentora de Cristo continua. Por isso, “para continuar a redenção no mundo “até ao fim dos séculos”(Mt 28,20), Jesus Cristo instituiu a Sua Igreja. Os frutos da Redenção aplicam-se-nos na Igreja; a Salvação alcança-se na Igreja e pela Igreja, que não é obra humana inventada pelos homens, mas obra de Jesus Cristo, que é o seu Divino Fundador e fundamento: «Porque ninguém pode pôr outro fundamento, senão o que foi posto, isto é, Jesus Cristo» (1Cor 3,11).
Jesus, por conseguinte, depois de concluída a missão que recebeu do Pai, estando presente entre nós de modo invisível, estabeleceu que fosse pela sua Igreja que os homens estabeleceriam a união Consigo, Já que como ensina o Apóstolo: “Jesus é a cabeça e a Igreja o Seu Corpo”. Por isso, a Igreja é o Novo Povo de Deus, “o Corpo de Cristo, formado pelos baptizados que professam a mesma fé em Jesus Cristo, participam dos mesmos sacramentos e obedecem ao Papa e aos Bispos que estão em comunhão com Ele” (Manual de Doutrina católica, nº 147).
O que fez Jesus, então pela Sua Igreja? “Ao morrer na Cruz, Jesus redimiu, resgatou a Igreja com o Seu sangue, e ao ressuscitar adquiriu para ela a graça salvadora que lhe deu no dia de Pentecostes” (Manual de Doutrina católica, nº 149).
Por tudo isto, "Jesus é o único Salvador..." (Carta aos Hebreus). É o "Caminho, a Verdade e a Vida"(Jo 14,6). Veio para nos |fazer passar do Reino das Trevas para o Reino da Sua admirável Luz.
Jesus é Homem Perfeito e Filho de Deus, pelo que todos O devemos imitar na nossa vida. Jesus tem poder para vencer qualquer mal e para nos conceder a graça de nos tornarmos filhos de Deus," participantes da vida divina da graça ou do Espírito de Deus (cfr.2 Pe.1,4), e herdeiros do Céu, onde "seremos semelhantes a Deus, porque O veremos como Ele é" (1 Jo 3,2).
Para sermos salvos daquilo que nos oprime é preciso uma única tarefa: arrepender-se e acreditar na Boa Nova, no Evangelho (cfr. Mc 1,15). Arrepender-se é mudar de vida, seguir a Cristo, renunciar ao pecado e às obras do Demónio que são o pecado e a bruxaria, a superstição, a adivinhação, a astrologia, espiritismo e todas as práticas ocultas, conforme prometemos no dia do nosso Baptismo e na Profissão de Fé ou Comunhão Solene. Mas só podemos ser libertos de tudo isto, pelo sacramento da Confissão ou da Reconciliação, no qual o penitente recebe o perdão de Deus e restabelece ou fortalece a Aliança com Ele, através dos Bispos e Sacerdotes, a quem Jesus deu a missão e o poder de perdoar os pecados em Seu nome. O pecado porque separa de Deus, fonte da vida, do amor, da alegria, em suma, da santidade, é a causa de todos os males.
Caro cristão, a opção é tua, pois Deus fez-te livre. Queres ser humilde e pedir perdão ao Senhor ou queres apegar-te à tua vontade e ser orgulhoso como os anjos malignos e Adão e Eva, que desobedeceram e renunciaram ao Criador e às promessas d'Aquele que é o Bem e o Amor infinitos? Não esqueças: foste criado por Deus para viver no Seu amor, na Sua graça. Mas para viver em graça, em união com Ele, é preciso cumprir os Dez Mandamentos, que se resumem no amor a Deus e ao homem. Diz-nos o Senhor na Primeira Carta de S. João: "Aquele que observa os Seus Mandamentos permanece em Deus e Deus nele" (Jo 3, 24). "Aquele que não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor"(Jo4,8).
Escutemos o Papa João Paulo II:
- “Graças ao Amor e Misericórdia de Cristo, não há pecado algum, por maior que seja, que não possa ser perdoado, nem pecador que seja rejeitado. Todo aquele que se arrepende será sempre recebido por Jesus Cristo com um perdão e um amor imenso”
- “Ser Cristão não é, primeiro que tudo, assumir uma infinidade de compromissos e obrigações. É, Sim, deixar-se amar por Deus”. (Orar, pg. 11)
Escolhe Deus, ou seja, bem, o amor, a felicidade e a vida eterna. Assim, recuperarás a paz, o amor e a alegria, nascerás de novo, que é o resultado da graça, de se ser habitado por Deus: "Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo a dá" (Jo 14,27).