Papa Diagnostica Doenças da Alma Europeia
O Papa disse no dia 25 de
Novembro aos deputados do Parlamento Europeu em Estrasburgo que a alma do Velho
Continente está ameaçada por “doenças” como a “solidão” e a falta de respeito
pela dignidade da pessoa humana.
“Uma das doenças que hoje vejo mais difundida na Europa é a solidão, típica de quem está privado de vínculos. Vemo-la particularmente nos idosos, muitas vezes abandonados à sua sorte, bem como nos jovens privados de pontos de referência e de oportunidades para o futuro”, declarou Francisco, na primeira das duas intervenções previstas durante a visita à cidade francesa.
A este problema, acrescentou, juntam-se estilos de vida “egoístas”, caraterizados por uma “opulência atualmente insustentável e muitas vezes indiferente ao mundo circundante, sobretudo dos mais pobres”, passagem do discurso que mereceu uma salva de palmas dos eurodeputados.
“No centro do debate político, constata-se lamentavelmente a preponderância das questões técnicas e económicas” em detrimento do verdadeiro bem da pessoa humana.
Neste contexto, o Papa condenou o recurso à eutanásia e o aborto, como frutos de uma visão que reduz o ser humano “a mera engrenagem dum mecanismo que o trata como se fosse um bem de consumo a ser utilizado”.
“A vida – como vemos, infelizmente, com muita frequência –, quando deixa de ser funcional para esse mecanismo, é descartada sem muitas delongas, como no caso dos doentes terminais, dos idosos abandonados e sem cuidados, ou das crianças mortas antes de nascer”, precisou.
Para Francisco, é fundamental “cuidar da fragilidade”, o que revela “força e ternura, luta e fecundidade no meio dum modelo funcionalista e individualista que conduz inexoravelmente à «cultura do descarte» ”.
O primeiro Papa não-europeu a liderar a Igreja Católica desde 741 apresentou-se como um “pastor” que quer dirigir a todos os cidadãos europeus “uma mensagem de esperança e encorajamento”.
“Como fazer para se devolver esperança ao futuro, de modo que, a partir das jovens gerações, se reencontre a confiança para perseguir o grande ideal de uma Europa unida e em paz, criativa e empreendedora, respeitadora dos direitos e consciente dos próprios deveres?”, questionou.
Em resposta, o discurso evocou o fresco de Rafael, que se encontra no Vaticano, representando a chamada ‘Escola de Atenas’, com Platão e Aristóteles a apontarem, respetivamente, para o céu e para a terra, “a abertura ao transcendente, a Deus” e a “capacidade prática e concreta de enfrentar as situações”.
“Uma Europa que já não seja capaz de se abrir à dimensão transcendente da vida é uma Europa que lentamente corre o risco de perder a sua própria alma”, alertou Francisco.
O último Papa a visitar o Parlamento Europeu tinha sido João Paulo II, a 11 de outubro de 1988.
“Uma das doenças que hoje vejo mais difundida na Europa é a solidão, típica de quem está privado de vínculos. Vemo-la particularmente nos idosos, muitas vezes abandonados à sua sorte, bem como nos jovens privados de pontos de referência e de oportunidades para o futuro”, declarou Francisco, na primeira das duas intervenções previstas durante a visita à cidade francesa.
A este problema, acrescentou, juntam-se estilos de vida “egoístas”, caraterizados por uma “opulência atualmente insustentável e muitas vezes indiferente ao mundo circundante, sobretudo dos mais pobres”, passagem do discurso que mereceu uma salva de palmas dos eurodeputados.
“No centro do debate político, constata-se lamentavelmente a preponderância das questões técnicas e económicas” em detrimento do verdadeiro bem da pessoa humana.
Neste contexto, o Papa condenou o recurso à eutanásia e o aborto, como frutos de uma visão que reduz o ser humano “a mera engrenagem dum mecanismo que o trata como se fosse um bem de consumo a ser utilizado”.
“A vida – como vemos, infelizmente, com muita frequência –, quando deixa de ser funcional para esse mecanismo, é descartada sem muitas delongas, como no caso dos doentes terminais, dos idosos abandonados e sem cuidados, ou das crianças mortas antes de nascer”, precisou.
Para Francisco, é fundamental “cuidar da fragilidade”, o que revela “força e ternura, luta e fecundidade no meio dum modelo funcionalista e individualista que conduz inexoravelmente à «cultura do descarte» ”.
O primeiro Papa não-europeu a liderar a Igreja Católica desde 741 apresentou-se como um “pastor” que quer dirigir a todos os cidadãos europeus “uma mensagem de esperança e encorajamento”.
“Como fazer para se devolver esperança ao futuro, de modo que, a partir das jovens gerações, se reencontre a confiança para perseguir o grande ideal de uma Europa unida e em paz, criativa e empreendedora, respeitadora dos direitos e consciente dos próprios deveres?”, questionou.
Em resposta, o discurso evocou o fresco de Rafael, que se encontra no Vaticano, representando a chamada ‘Escola de Atenas’, com Platão e Aristóteles a apontarem, respetivamente, para o céu e para a terra, “a abertura ao transcendente, a Deus” e a “capacidade prática e concreta de enfrentar as situações”.
“Uma Europa que já não seja capaz de se abrir à dimensão transcendente da vida é uma Europa que lentamente corre o risco de perder a sua própria alma”, alertou Francisco.
O último Papa a visitar o Parlamento Europeu tinha sido João Paulo II, a 11 de outubro de 1988.